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Alcobaça e os seus vinhos aromatizados

Os cistercienses de Alcobaça cuidaram da vinha e do fabrico do vinho. Este produto era essencial para fortalecer a dieta alimentar e recuperar o ânimo físico e psíquico, beneficiando os humores da comunidade monástica, assim como representava um papel central na cerimónia eucarística. Em suma, edificar um mosteiro implicava plantar uma vinha.

Produziam-se vinhos brancos, vinhos vermelhos, vinhos de feitoria e vinhos aromatizados (vermutes), licores (nomeadamente de ginja) e destilados. O povoamento vinhateiro compunha-se, maioritariamente, de castas brancas e de uma reduzida percentagem de tintas utilizadas para tingir os brancos.

O vinho branco era produzido de bica aberta e, assim, obtinham-se vinhos cristalinos e não alambreados que não manchavam os paramentos do altar.

Para obter os vinhos vermelhos, ou palhetes, da cor do sangue de Cristo, acrescentava-se as tintas obtidas pelo processo de curtimenta aos brancos, dado que na comarca de Alcobaça não existia baga de sabugueiro para lhes dar cor. A documentação medieval e moderna fala em rosés, em rosetes, uma questão de cor, sabendo que a aristocracia deplorava os vinhos de cor forte. A fim de fortalecer estes vinhos acrescentava-se arrobe no período de fermentação, ou seja mosto fervido que resultava numa geleia, método já utilizado por fenícios, cartagineses e romanos. Os vinhos eram ainda agraciados com a adição de maçãs camoesas e cascas de laranja que contribuíam para os frutar e conservar.

São Bernardo, que tinha no vinho um inimigo da virtude, via ainda com maior relutância a manipulação dos vinhos. Ao Santo repugnava o hábito de em alguns mosteiros aromatizarem os vinhos com mel e alterarem-lhes a cor natural com pigmentos.

Mas a aromatização dos vinhos utilizados como aperitivos constituiu uma prática comum no mundo dos mosteiros e daí terão saído inúmeras experiências bem-sucedidas.

Na confeção destes vinhos entravam ervas, especiarias e outras substâncias. Os vinhos podiam ser confecionados com anis, rosmaninho ou absinto, fervidos com canela, cravo, noz-moscada, pimenta, receber almíscar e âmbar.

Estes vinhos melhorados e, logo, especiais seriam naturalmente consumidos em períodos festivos, nos banquetes e noutras cerimónias dignas do seu fabrico requintado.

Prof. Dr. António Valério Maduro
05/05/2020

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